Bom, já comeco avisando que nas próximas duas semanas nao publicarei nenhuma crônica, mas nao se preocupem porque depois desse tempo retornarei com os nossos encontros semanais. É que estarei me reformulando, procurando nova inspiracao, deixando o meu espírito passear por aí para se encher de novas idéias e forcas. Entao, nao estranhem nem fiquem preocupados porque será para melhor.
E sem mais delongas, aqui vai a última crônica" antes desta minha "viagem" ao centro de mim mesma.
O que é aquela hora das duas e meia ou três da tarde?... Eu a chamo "a hora da zona morta", como o filme, porque realmente é um tempo morto -mesmo que você esteja em seu trabalho- parado, uma ponte entre duas jornadas ativas e definidas. Eu tiro uma soneca todo dia religiosamente -como fazia Pablo Neruda, que era capaz de deixar o presidente da república falando sozinho para ir deitar- e nao é precisamente uma daquelas recomendadas de 20 minutos a meia hora. Nao, a minha comeca à uma e meia e vai até as três ou três e meia da tarde!... Bom, a verdade é que eu acordo lá pelas duas, mas logo sou tomada por aquela sensacao de entre-tempo, de algo indefinido e preguicoso que toma conta de tudo, entao fico deitada na cama, cochilando, escutando o barulho da cidade, refletindo, sentindo os minutos passarem... Mas, o que se faz, afinal de contas, às duas da tarde, mesmo atrás de uma escrivaninha?... A gente como que nao tem vontade de nada. Está sonolenta, em plena digestao, como atordoada e mole, a mente meio vazia, um estranho tédio que tudo paralisa. Tudo está longe. Nada tem importância. Custa encontrar um motivo para sair da letargia e continuar a jornada...
Uma das minhas cadelinhas, fielmente deitada aos pés da minha cama, feito um relógio se aproxima e sobe as patas na cama para me acordar. Eu estico o braco e lhe faco uns carinhos meio desengoncados. Dou uma olhada no relógio: duas e meia... Viro pro outro lado e fecho os olhos mais um pouquinho
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