Dia de chuva, céu escuro e frío, porém, a minha alma está quente, aconchegante feito um quarto com flores e uma lareira acessa, com um sofá e um cobertor, uma xícara de chá, uma boa companhia: amigo, cachorro, livro, filme... Estar sozinho e triste nao é uma opcao, mesmo se o dia está chuvoso, pois tudo tem a sua razao de ser e nos traz uma licao.
E após toda esta reflexao, aqui está a crônica de hoje, e aproveito para lembrar a vocês que hoje tem mais contos em pazaldunate-estorias.blogspot.com!
Definitivamente, é impossível para mim nao estabelecer algum grau de intimidade com as pessoas que encontro em meu dia-a-dia: o médico, o caixa do supermercado, o guarda do carro-forte, a secretária, o conserje, a funcionária da loja, o atendente da farmácia... Nao importa quem é nem por quanto tempo vamos permanecer juntos (quanto mais, maior a necessidade de contato) eu preciso criar um laco, uma conexao, um tipo de calor que nos faca sentir relaxados, amáveis, comunicativos, confiados. Nao se pode estar perto de alguém e ignorá-lo... Nao é que você tenha que sair por aí batendo papo com todo mundo, até porque nem todos estao receptivos a uma aproximacao, mas acredito que tem que se prestar atencao em quem está à nossa volta e aprender a ler em seus gestos e expressoes quando estao afim de uma aproximacao. É tao agradável cumprimentar, perguntar, fazer uma piada, um comentário, sorrir!... A intimidade, por mais breve e superficial que seja, nos lembra que somos iguais, que podemos escutar, consolar, apoiar, aconselhar. A chama do calor humano nos une, mas é preciso mantê-la acessa.
Nao concibo relacoes frias, distantes, indiferentes. Me sinto incomodada, receosa, e vou embora triste. Que custa um sorriso, uma palavra, um gesto que seja? Nao vai nos matar, pelo contrário, aos poucos criará uma espécie de rede de apóio ao nosso redor. Poderemos contar com outros e outros poderao contar conosco.
Acho que nisto sou igual à minha mae, que fazia amizades (mesmo que elas durassem tao somente o tempo que ela estava num lugar) onde ia e sempre deixava uma lembranca agradável e duradeira. O aprendi dela e acho que este é o jeito certo de se comportar. Valorizar a intimidade, a proximidade, a empatia, e praticá-las, com certeza pode mudar o nosso mundo para melhor.
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