Chuva, chuva, chuva... Pequenas gotas
escorrendo pelo vidro, primeiro separadas, aos poucos se juntando, formando um
caminho novo, novas formas, movimentos inesperados, porém belos... Juntos,
penso, com apoio e carinho podemos ter surpresas sensacionais, capazes de mudar
por completo a nossa existência, como aconteceu comigo graças à minha filha e
seu noivo, meu filho, minhas cadelinhas, a nossa adorável e eficiente faxineira
María, estes vizinhos... Enfim, o que mais posso dizer?...
Continua chovendo. Vai chover a semana
toda, mas em não me importo porque vou ter longas conversas com essas gotinhas
na minha janela...
Que tipo de pessoa quero ser? Daquelas que
erguem os outros, ou daquelas que destroem seus sonhos, suas ações, suas
opiniões e trabalhos?... Se tivéssemos real consciência do que a nossa
intervenção pode acarretar para a vida dos outros, com certeza seríamos bem
mais cuidadosos. Mas somos, pelo contrário, tão desleixados em nossas atitudes,
tratando os outros como estranhos com os quais não temos nenhum vínculo! Nossa
compaixão está sepultada sob o peso destruidor do nosso egoísmo, da nossa
vaidade, do nosso orgulho, da nossa ambição. Assim como as ações de outros às
vezes podem nos derrubar, assim também devemos pensar que as nossas podem até
destruir alguém se não tomarmos cuidado. Por que não ter pelos sonhos dos outros
a mesma ternura e consideração que temos pelos nossos? Por acaso não estão
todos interligados em algum ponto da nossa história? No fundo, não são todos a
mesma coisa? Todos os caminhos que escolhemos pretendem levar-nos a um mesmo
fim: o amor. E o primeiro passo deste caminho pode muito bem ser o apoio, o
carinho e a cumplicidade que os nossos irmãos precisam para começar sua própria
caminhada.
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