domingo, 5 de abril de 2015

"Perceber o outro"

    O tempo segue seu curso e eu tento deixar que as coisas acontecam, de nao me opôr por causa dos meus medos e preconceitos, pois estou descobrindo que nao importa o quanto você resista e se faca de bobo ou tente retardar os acontecimentos, estes sempre acabam acontecendo e, às vezes, como nao permitimos que ocorressem no seu momento, acabam nao sendo todo o positivos que deveriam e até podem se tornar negativos... Mas, o que tem que acontecer, acontece, com dizia a minha sábia companheira de academia em Brasil. Por isso tem que ficar tranquilo, e saber aproveitar o presente com todos seus acontecimentos -negativos e positivos- porque no fim tudo é uma licao que precisávamos aprender para ser melhores e cometer menos erros.
    E após esta reflexao que há vários dias me persegue e encurrala a minha habitual ansiedade com respeito a certas coisas, rindo dela e dando-me um cálido abraco de serenidade, aqui vai a crônica da semana.


É curioso e agradável, e ainda surpreendente, como a todas as pessoas nas quais reparo enquanto caminho pela rua parece que hes adivinho um pedaco da sua história. Às vezes é a do momento (está com pressa, vestiu pouca roupa, nao tomou café da manha, os sapatos estao apertando,vai encontrar aguém importante) e outras sinto que é a de fundo, aquela que nao estou enxergando quando cruzo com elas (mora longe e já pegou duas conducoes, nao sabe como vai pagar as contas, tem um casamento que está ruindo, vai para um trabalho que odeia, mes que vem o salário aumenta)... Nao poderia afirmar que as impressoes que tenho sejam verdadeiras, mas a maior parte das vezes acho que sao e que se falasse com eles confirmariam a minha percepcao. Até porque nao têm nada de tao oculto assim. Quer dizer, se todos estivéssemos atentos, se nos déssemos o tempo -o que nao é impossível apesar da vida corrida que levamos- se saíssemos um pouquinho do nosso pequeno e egocéntrico universo, se tivéssemos a real intencao de nos conectar, tenho certeza de que  poderíamos desenvolver esta capacidade de empatía e "conhecimento" dos outros, o que certamente nos faria muito mais receptivos, prestativos, compassivos e altruístas, o que, por consequência, nos tornaria melhores pessoas... Porque faz bem perceber o outro, perceber as suas necessidades, seus sentimentos, a situacao na qual se encontra, esquecer um pouco de nós mesmos como centro do mundo e passar a ver o resto da realidade e os que nela existem. Isto é vital para que nos localizemos, tenhamos equilíbrio e aprendamos, para que ajamos nao só guiados pelas nossas próprias necessidades, mas também pelas dos demais.
    Todos necessitamos estar bem -ou pelo menos o melhor possível- nos sentir apoiados, consolados, perceber que importamos, que nao somos invisíveis, que temos um papel na história de todos para que a sociedade funcione e prospere."

Nenhum comentário: