Ninguém merece pegar uma gripe bem no verao, porém eu tive essa capacidade, mesmo se nao ficou claro pra mim se foi mesmo uma gripe ou o resultado de toda a fumaca e as cinzas que vieram parar em Santiago por causa dos incêndios forestais que estavam assolando a regiao centro-sul do Chile... A coisa é que passei uns dias jogada no sofá, com a garganta irritada, dor no corpo e todas aquelas coisinhas gostosas e tao agradáveis inerentes à qualquer gripe que se preze... Mas pelo menos serviu para ter algumas idéias pra contos e até escrever um par delas, entao, nem tudo foi prejuizo... Ainda bem que agora esses incêndios estao controlados -mas nao apagados- com a valiosa e generosa ajuda de avioes e bombeiros de outros países, e a fumaca e as cinzas sumiram quase por completo. Já da para ver a minha amada cordilheira novamente e eu estou de pe e pronta para voltar e publicar e escrever, entao aqui vamos de novo!...
Nao fui com a cara do homem assim que o vi. Me recebeu com a expressao fechada e se desculpando por nao estar usando o avental branco, mas é que estava um calor insuportável e a sala dele nao tinha ar condicionado. Me examinou de má vontade e foi bastante desagradável para responder às minhas perguntas, pelo que acabei ficando calada y dexando ele reclamar e me dar bronca por estar estressada... Bom, pelo menos nao me mandou fazer uma endoscopia! E isso já foi lucro.
Sai da consulta com uma receita para um remedio contra gases e um difestivo e a desagradável sensacao de nao ter resolvido nada porque, na verdade, nao tinha sido atendida. E o pior é que precisava voltar dali a um mes para uma revisao. Estive várias vezes prestes a cancelar a consulta, apesar do mal que me sentia. Quer dizer, fui lá porque estava passando péssimo e estava super preocupada e resulta que saí pior do que entrei. De qualquer jeito, podia procurar outro médico num outro lugar -o que sairia bem mais caro porque meu plano nao cobriría isso- prém um pouco antes da segunda consulta, decidi comecar mis sessoes psicológicas para resolver também a parte emocional dos meus malestares, e tomei um par de ansiolíticos... Resultado?... Os sintomas quase sumiram, entao, quando retornei no médico chato, meu astral era outro bem diferente, pelo qual resolvi encará-lo de um jeito positivo, empatizando com seus desgostos e escutando-o com boa vontade e interessando-me pelo que tinha a dizer. Porque com certeza, nenhum de seus paciente lhe dava essa chance.
O que foi que aconteceu?... Pois que o homem virou uma outra pessoa! Se relaxou, sorriu, me deu conselhos positivos e até fez um par de piadas. Nos despedimos feito velhos amigos e eu com a mais absoluta certeza de que tudo depende da NOSSA atitude para com o outro. Sempre ficamos aguardando que os outros dêem esse primeiro passo, deixando-lhes toda a responsabilidade -e a culpa- de um bom resultado, ao invés de nós tomarmos a iniciativa. É claro que nem todos reagirao tao bem quanto o fez este médico, porém, algum tipo de comunicacao positiva que agirá em favor de ambos vai ser gerada e assim tudo será mais fácil e prazeiroso. E isto vale também para as situacoes complicadas: encará-las com um espírito corajoso e positivo, com fe, certamente a tornará mais suportável e até seremos capazes de resolvê-la e ganhar essa batalha.
Definitivamente, vale a pena o esforco de dar esse primeiro passo, de chegar com o espírito positivo, com uma empatia sincera que nos faca esquecer um pouco de nós mesmos para calcar os sapatos do outro... A reacao é quase sempre um pequeno milagre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário