domingo, 20 de novembro de 2016

"Meu caminho"

    Hoje tem mais contos, finalmente, porque junto com o controle, a seguranca, a serenidade e o equilíbrio que se firmam devagar na minha vida, a inspiracao retorna, rápida e clara e, apesar de que ainda tem algumas batalhas para ser livradas, acho que esta aqui já está ganha, gracas à Deus... Entao, aproveitando que o apê ainda está silencioso ( a minha filha dorme até mais tarde hoje) e o clima agradávelmente fresco, já sento aqui para escrever, antes de comecar a fazer outras coisas como descascar tomate ou fritar cebola, e publico o que prometi. Tomara que o desfrutem!... Vao para pazaldunate-estorias.blogspot.com e tenham alguns momentos de leitura agradável.



    Estava lembrando do primeiro -e único- concurso de contos no qual ganhei um prêmio: (bom, se participasse com maior frequência quem sabe ganharia algo mais) Mencao honrosa com direito à publicacao no livro do concurso. E agora percebo que foi, realmente, uma espécie de crônica, ou pelo menos, um primeiro ensaio de uma. Tratava da história do funeral do meu avô materno e da dor calada, profunda e humilde de um homem que trabalhou para ele por muitos anos. Nao lembro se aquela foi a primeira vez que consegui me identificar tao profundamente com alguém ao meu redor, mas sim lembro que todo o mais do enterro desapareceu quando vi ele e a sua expressao de inconsolável e imensa dor carregando o caixao na saída da igreja de Melipilla... Entao, me pergunto: será que foi ali o despertar deste dom de me identificar com as pessoas e suas histórias que tenho até hoje?... E como é a única vez que ganhei algo escrevendo, agora penso: foi isso um sinal?... O escrevi com tanto sentimento, quase sem fantasiar, e lembro ter-me sentido profundamente realizada quando o conclui e o enviei. Naquela época eu era totalmente adepta à criatividade distante da realidade, à invencao -sem saber que, mesmo naquilo que se inventa há uma parte da nossa verdade- porque achava que escrever para o público era isso. Outra coisa nao iria lhes agradar ou interessar... E olho para mim mesma hoje, só procurando e encontrando -recebendo- material para meus contos e crônicas tao somente da vida real, das pessoas e situacoes que descobro à minha volta. Nao imagino a mim mesma inventando personagens e histórias como fazia em minha adolescência. Talvez isto seja devido a que estes encontros com a realidade sao os que têm me trazido as licoes, experiências e recompensas que me fizeram amadurecer, têm me dado respostas, revelacoes, têm me ajudado a ter mais fé, otimismo e equilíbrio. Têm sido feito uma base para a minha formacao e por isso talvez quero tanto divulgá-las, pois se foram úteis para mim, podem sê-lo para outros.
    Naquele momento percebi algo diferente com respeito ao ato de escrever, de transmitir, porém levou algum tempo ainda para dar-me conta de verdade de qual era meu caminho no mundo do papel e as palavras.

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