sábado, 12 de julho de 2008

A compreensão do espírito

Hoje estou bastante cansada porque de manhã fiquei tres horas de pé acompanhando o trabalho do meus alunos de teatro na biblioteca municipal, mas também estou muito feliz porque as coisas saíram melhor do que esperava. Eu nunca pensei em fazer trabalhos de teor social, mas acho que o fato de estar ficando velha e menos vaidosa está fazendo com que comece a me importar mais com os outros, vendo-os não meramente como um público para meu trabalho, mas como pessoas a quem posso ajudar a crescer e se integrar à sociedade através deste trabalho. Já não é mais a fama ou o poder o que me chama, mas a vontade de fazer a diferença, de animar, de inspirar e de levar outros a se envolver e dedicar a esta mesma causa. Graças a Deus, tenho um grupo de jovens que não têm nenhum preconceito contra isto e estão entrando de cabeça nestes projetos sociais, com criatividade e total disponibilidade. Realmente, este é um campo que jamais pensei explorar com a minha arte, mas percebo que, talvez, seja o mais importante de todos: Teatro não para brilhar e ser aplaudido, mas para transformar e integrar.
Bom, como disse, estou cansada (as minhas pernas ainda queimam!) mas como prometi, hoje é dia de atualizar o blog, então, aqui vai a crônica de hoje.
"Não costumo me questionar, eu simplesmente vivo o que me é oferecido e agradeço por isso. Já se foi a época em que ficava gastando meu tempo em reflexões que acabavam me trazendo mais angústias do que respostas ou então me afastavam completamente da realidade. Acredito no sobrenatural, no divino, nos milagres -sobretudo nos pequenos, aqueles do dia-a-dia- na comunicação com o universo, nas suas leis, no nosso enorme poder criador, na nossa missão pessoal, na nossa participação peculiar na história da humanidade, na nossa força para mudar as coisas e as pessoas. Acredito no amor incondicional, nos seres extrarrestres (afinal, a gente não pode ser a única forma de vida no universo inteiro! Isso seria uma total falta de imaginação de Deus, não é mesmo?) na gratidão, na presença constante e real de Deus em nossas vidas, acredito em vozes e visões, em sonhos, em premonições, em telepatia, em santidade. Acredito em anjos e em forças negativas... Porém, apesar de crer em todas estas coisas às vezes tão subjetivas e cercadas de mistério, não sinto necessidade alguma de me questionar ou de mergulhar para chegar racionalmente mais fundo, mais perto, para entender com meu intelecto as razões e objetivos da existência destes conceitos físicos e espirituais. As suas manifestações ao meu redor não me atormentam, não me desconcertam ou revoltam. Simplesmente as observo, as desfruto, as agradeço e as deixo fluir. Não tenham dúvida; passo pelos momentos difíceis como qualquer um -meio reclamando, meio sem coragem- porém conservo sempre dentro de mim uma força, um otimismo que no fim sempre me leva de volta à paz, ao equilíbrio, à alegria e novamemnte à gratidão... Converso muito com Deus e com as suas criaturas (muita gente já me viú dizendo tchau para a minha sala quando vou embora, ou parabenizando una flor por se abrir e nos mostrar a sua beleza) porém, em momento algum me ocorre questioná-lo ou desafiá-lo; ralhar com Ele talvez, mas só isso. E devo dizer aqui que esta atitude não é movida por algum tipo de medo ou resignação, senão por uma espécie de confiança, de certeza, de entrega que não sei explicar. Seria fé, talvez?... Diante d'Ele e das suas manifestações sinto-me feito uma criança nos braços do pai (e não estopu parodiando santa Terezinha do Menino Jesus) às vezes um pouco desconcertada por causa da ignorância própria da sua idade e inexperiência, porém sempre confiante na sabedoria dele. Deus me deu esta característica especial -assim como a outros deu essa constante inquietação, esse espírito questionador e aventureiro, pesquisador, racional- e estou muito contente e grata por ela, pois faz com que O sinta mais facilmente perto de mim, agindo em meu dia-a-dia. Nâo existem grandes barreiras entre nós. Com o passar do tempo tornou-me uma criança que acredita e se encanta, que não teme manifestar-se (sendo até malcriadda!) nem receber seus dons, grandes e pequenos (estes últimos eu adoro) Atingir este estado de espírito levou muito tempo, talvez mais da metade da minha vida, e deu um tremendo trabalho. Passei poucas e boas neste processo de lapidação, mas hoje posso dizer com certeza que tudo valeu a pena. Não está acabado, é claro, mas já avancei um bom pedaço; não sei dizer se foi o mais difícil ou o mais fácil, não sei dizer o quanto falta ainda e como será daqui para frente, mas as conquistas que consegui nesta caminhada me dão o ânimo necessário para enfrentar o que virá mantendo-me sempre na mesma atitude de confiança e otimismo.
Eu não compreendo com meu intelecto, mas com meu espírito, disso tenho certeza. Isso é valido? Não sei, mas é desta maneira que o universo aparece e se move ao meu redor, é deste feitio que Deus se manifesa em minha existência. Ele penetra a minha mente, a ultrapassa e se revela finalmente ao meu espírito, que compreende com perfeita clareza -mesmo se às vezes pode demorar um pouquinho- de um jeito instintivo e direto, tão direto que não sobra espaço para questionamentos, a Sua presença, os acontecimentos, suas leis, seus pedidos, seus dons e presentes. Tudo isto com um conta-gotas -como se faz com uma criança para que não tenha uma indigestão- em pequenas doses que espalha ao meu redor e vai me mostrando a cada momento, mantendo-me assim atenta à Sua presença e ao Seu amor. É de uma delicadeza espantosa e comovente, incrivelmente criativa e surpreendente! É mesmo um pai, uma mãe, um irmão... Alguém poderia não se render a tantos cuidados e mimos?... Pois eu não resisto. Ele achou mesmo um jeitinho caprichado para me conquistar."

5 comentários:

Eu ! disse...

uma palavra...Fabuloso!
Gostei do jeito que expressou oque você pensa sobre Deus..mesmo eu não acreditando em premonições etc..seu texto é ótimo.

Paz Aldunate - Palavras disse...

Obrigada pelo seu comentário. Fico feliz que tenha gostado e espero que continúe acompanhando meu trabalho. E espalhe por aí!...
PAZ

Nathany Ferreira disse...

Deus tem um jeito especial de falar com cada um! Acho que você já ouviu aquela historinha que o rapaz chegava na Igreja, dizia q chama João, se apresentava e tal (naum lembro o nome dele hahaha) pra Deus se lembrar dele... bom, resumindo, Deus nos conquista de um jeito particular, porque nos conhecem muitoooo bem ;D

Adoreeei o blog!
Beijoooo

DANIELA BUZETI disse...

Paz
Parabéns pela noite e pelos textos.
Toda cidade gostaria de ter uma artista/professora como você, mas só Ibiporã Tem.

passarinho disse...

não tenho palavras pra descrever suas crõnicas....
só tenho uma confição para fazer:
quando as leio sinto-me envolvido pelo meu subconciÊnte,isto faz com que eu pare e reflita sobre tudo que passo no meu dia-á-dia,da mesma fórma eim que vc descréve a sua história de vidá(aliás uma história incrivél tenho certeza)de uma mulher que tem um ´´dom´´ ,digamos assim,todo especial de interagir com os outros,assim eu também penso eim seguir eim frente e alcanssar meus objetivos...talvés não chegue nem a metáde doque vc conseguiu...+ se eu não tentar nunca vou descobrir...
queria ter,a cada nascer de um novo dia,toda ésta inspiração...