sábado, 26 de julho de 2008

Bruno

"Gosto de ficar observando o Bruno, meu aluno da aula de desenho que vem da Taquara do reino, um dos bairros mais pobres da cidade... Chega sempre com correta antecedência e vem como se tivesse acabado de sair do banho, ou como se fosse a uma festa, com o cabelinho cuidadosamemnte penteado e as roupas parecendo recém tiradas da gavetas, apesar de gastas e meio descoloridas. Rosto e mãos limpas, unhas bem aparadas, tênis velhos, mas limpos. Ele é tremendamente educado e discreto, entra na sala sem fazer barulho, vai para seu lugar, pega o que precisa para trabalhar e fica aula toda sentado ali, de cabeça baixa, totalmente concentrado em sua obra. Às vezes pára e fica olhando a folha de bloco com um ar crítico e sério, arruma aqui, pinta de novo lá, apaga uma linha, escolhe uma cor, traça alguns contornos e pára de novo para apreciar o resultado, com ar satisfeito. Quase não conversa com o resto da turma, que não por isso o exclui, mas às vezes sorri -e até quase ri- com algumas das brincadeiras ou piadas que eles fazem, pois são realmente engraçadas... Desde a minha cadeira eu o espio em silêncio e não sei por que me sinto tão encantada com ele. Raramente me dirige a palavra ou me pede alguma orientação, pois sempre parece saber perfeitamente o que quer e de que maneira pretende realizá-lo. Parece imerso num mundo totalmente próprio, levemente à defensiva, como se tivesse receio de se abrir, de se integrar ao universo das outras crianças mais abastadas. Olhando para ele fico me perguntando como será a sua vida, por quais experiências passou, como são seus pais, se tem irmãos, se brinca com as outras crianças da sua escola ou da sua rua, se empina pipa, se chuta bola, se corre atrás de cachorro. Me pergunto como será a sua casa, pois sei que na Taquara a população é extremamente carente e desamparada, se tem brinquedos, como é seu quarto, em que trabalha seu pai, se já apanhou de cinto ou de chinelo... Será que tem outro agasalho além desse que veste hoje? E outro par de sapatos fechados fora o tênis já gasto e meio deformado, que ameaça largar a sola no meio do caminho? O que será que almoçou hoje?... E será que almoçou? Será que passa frio? Será que passa vontade?... Mas se passa, deve encará-la com a dignidade de quem sabe que não adianta reclamar, com a consciência de quem já está acostumado com seu destino. O Bruno tem um perturbador reflexo de receio e resignação no olhar, como de quem não espera nada, mas guarda no fundo algum sonho inconfessável que algum dia espera ver realizado, provavelmente pelo seu próprio esforço. Todo ele exala uma poderosa, porém secreta determinação, apesar da sua aparente conformidade. Posso sentir que por trás da sua silenciosa humildade se esconde uma garra especial que será capaz de salvá-lo de um destino muito provável: a marginalidade, da qual poucos escapam no lugar onde ele mora... Queria poder acompanhá-lo por mais tempo, escutá-lo falar dos seus planos, vê-lo sorrir mais, mostrar-lhe outros horizontes que estou certa de que a sua sensibilidade saberia apreciar e tirar proveito, mas sei que no fim do ano, irá embora e talvez nunca mais volte a encontrar de novo com ele... É alguém especial, com certeza, alguém com uma chama interior que jamais deveria se apagar.
Na minha insignificância, vou torcer muito para que isto nunca aconteça, e espero que Deus me ouça."

Aprendendo a viver

Bom, devo dizer que hoje estou totalmente inspirada, então acho que vou postar duas crônicas ao invés de uma só. Por que estou tão inspirada? Acho que, simplesmente, porque estou viva e quero que o mundo todo saiba disso. (e aos quase 52 isso é muito bom, acreditem!) Estou cheia de atividades, projetos, apresentações, ensaios e aulas, chego em casa absolutamente podre todo dia, mas também completamente feliz e realizada, apesar de todos os empecilhos e contratempos que, no fim das contas, se comparados com o tamanho das minhas realizações, viram um grãozinho de pó. Afredito que, quando se é feliz, sincera, otimista, batalhadora e solidária, quando se colocam em ação os dons que recebemos para auuxiliar no crescimento de quem nos rodeia, quando se acredita no poder que a arte e o amor têm de transformar vidas, atraimos para junto de nós as melhores pessoas, a quem podemos ajudar e que, por sua vez, nos ajudam, pois somos todos mestres de todos. E, sabem?... Eu tenho a sorte imensa -pela qual nunca me canso de agradecer- de estar rodeada destas pessoas, todas nobres e devotadas, altruístas e generosas, bem-humoradas e ao mesmo tempo muito sérias quando é preciso e ainda cheias dessa juventude e força das quais eu já estou começando a sentir falta, pois a mente ainda vai, mas o corpo... Porém, é justamente delas que eu tiro o que me falta para levar adiante o que considero a minha missão nesta vida: ensinar e vivenciar a arte. Eu tenho a experiência, sim, mas eles têm a sede, que é o copo onde eu posso despejar essa sabedoria que, sem ele, seria totalmente inútil...Como podem ver, todos precisamos de todos e estamos íntimamente ligados por laços que nem imaginamos. A família não é somente o lar, o grupo de amigos, uma turma de alunos, uma "companhia" de teatro... Mas todos eles são ótimos lugares para se começar uma.
E, sem mais delongas (falei que estava inspirada, não falei?) aqui vai a primeira crônica de hoje, se bem o texto acima quase que vale como uma outra, né?
"Outro dia, outras imagens, outros pensamentos. A figura octogenária do bailarino de butoh Kazuo Ohno sobre o palco do teatro Ouro Verde, no Filo de 1992, que mudou a minha vida para sempre, a chegada de um violão, uma música especial no rádio (Let me out or let me in, Ben's brother), a força de vontade para vencer a preguiça do tempo livre e ligar o pc, o clique mágico, teimoso e sempre pronto, como se nunca tivesse sido desligado, que põe a minha mente para funcionar imediatamente... Sim, os objetivos ou a urgência podem modificar-se com o passar do tempo, mas o fazer continua o mesmo, assim como a vontade. Há que se adaptar a este novo ritmo, à diversidade de interesses, antes sem importância, a um pouco a mais de cansaço, à novos caminhos abrindo-se constantemente e surpreendendo-nos sem parar... Viver é um contínuo adaptar-se, transformar-se, procurar-se, redescobrir-se, porém sem nunca perder a essência. Há que deixar transcorrer o tempo e os acontecimentos e saber que se este não deu certo hoje, outros surgirão em seu lugar, não permitindo que paremos, que nos isolemos, que deixemos de fazer o que viemos fazer, e se realmente desejamos cumprir esta tarefa, devemos aprender a nos deixar levar por estas marés -por vezes bem desconcertantes e até irritantes ou cheias de decepções e dúvidas- e aguardar pelos próximos sinais, porque eles, com certeza, virão. Isto é uma verdade inquestonável. Podemos passar por espaços vazios e inertes, aparentes buracos negros em nossa existência e nossa dinâmica de criação, mas eles não duram para sempre, acreditem. Se estivermos ligados nos sinais, saberemos pescar as novas oportunidades, o novo material, o novo projeto; abriremos novas portas e estaremos sempre entrando e vivendo em novos universos, descobrindo mais um pouco sobre nós mesmos e as nossas potencialidades, pois somos, definitivamente, um livro que ainda está sendo escrito, um quadro que sempre pode receber mais uma cor ou uma linha, a escultura que ainda pode ser lapidada para ficar mais perfeita... Momentos de escuridão? De desânimo e dúvidas? Aquela eterna pergunta pairando sobre as nossas cabeças: "E para quê?", sempre sem uma resposta definitiva? A grande vilã, a terrível tentação da desistência, o precipício medonho, a sombra, a paralisia, o nada rondando e minando nossas forças, matando a nossa inspiração, sujando e desvalorizando o nosso trabalho?... Bem, às vezes ela pode mesmo tomar conta, derrubando-nos com a sua força monstruosa, e pode nos manter anulados durante algum tempo ( o que, no fim das contas, acaba resultando numa experiência reveladora que pode nos mostrar quem realmente somos) mas o fato de saber quem somos e que estamos aqui por um motivo bem específico -que inclui passar por este tipo de transe desestruturador, acreditem ou não- é o que nos ajuda a ficar de pé novamente e continuar com a nossa missão. Eu não sou diferente dos outros que passam pelo mesmo, então me permito um ou dois dias de tristeza e apatia completa para logo em seguida erguer a cabeça e retomar a vida de forma positiva e criadora. Esta é, por sinal, uma das características positivas que estes quase 52 anos me trouxeram e a que mais aprecio, pois me transformou numa verdadeira lutadora (se vocês vissem como eu era cagona! Era mesmo uma vergonha para a minha raça!) numa vencedora, numa eterna otimista diante dos maiores problemas ou desapontamentos. Nâo que os maus momentos deixaram de existir (tenho a minha própria cruz para carregar), mas acho que finalmente aprendi a lidar com eles e a tirar algo de positivo dos nossos encontros...
Parar, observar, pesar, refletir, procurar saídas, tomar atitudes construtivas, continuar a aprender, diversificar, aceitar as mudanças, abandonar o lastro, criar novos espaços para novas experiências. Crescer, crescer sempre... Assim é que aprendi a viver."

sábado, 19 de julho de 2008

Gratidão

A vida que levamos, as coisas que realizamos, os sonhos que temos, as batalhas que travamos, os amores e os ódios que nos consomem, os sucessos que nos gratificam e os fracassos que amargamos; cada um com os seus... Me espanta ver a diversidade de caminhos, de dinâmicas, de prioridades e escolhas que cada ser humano pode possuir e perseguir, cada um sendo totalmente único e pessoal! Para mais ninguém serve a não ser para quem o vivencia... O que para mim é supérfluo ou insuficiente, para outro pode ser vital e bastante, o que para mim é pequeno e sem valor, para um outro pode significar a diferença entre a felicidade ou a desgraça, o que alguém quer ou consegue após incontáveis sacrifícios eu possuo como um direito inalienável... Às vezes, estas diferenças tão gritantes de valores e prioridades me comovem profundamente e me fazem perceber o tamanho da minha ingratidão diante dos meus logros e possessões. Vejo um cadeirante que se esforça a cada dia para ser capaz de encestar uma bola, para se deslocar com maior velocidade e eficiência pela quadra, que vai a todos os treinos e levanta pesos, faz abdominais, corre pela quadra quicando destramente a bola e depois vejo a minha própria imagem cheia de preguiça, esparramada no sofá ou relutando para sair da cama cedo e fazer a sua caminhada diária. Eu, que tenho duas pernas saudáveis para realizar este feito... Depois, vejo no jornal uma mulher, velha antes do tempo e com as marcas de intermináveis privações sulcando seu rosto de expressão tímida e desencantada, se dizendo feliz se tiver uma mesinha com quatro cadeiras para fazer seus salgados, um fogão "mais ou menos" e um colchão com um cobertor para os filhos, tudo dependendo da boa vontade dos vizinhos ou de grupos de ajuda aos necessitados.. E em seguida me ouço reclamando com agrura por isto ou aquilo, querendo mais, gastando descabidamemnte em caprichos e excessos, criticando ou desprezando o que já possuo -que para aquela mulher significaria um luxo impensável e mais do que perfeito...
Nâo sou a favor do conformismo, mas tampouco se deve desprezar ou ignorar o sucesso, a gratificação, os presentes e as possessões só porque, para nós, em nossa posição, são naturais ou fazem parte do nosso dia-a-dia. Não é que vou desejar menos porque o outro se contenta com isso, pois cada um tem as suas necessidades, mas tampouco vou perder a consciência do que tenho, do que me custou e nem da gratidão inerente a estas conquistas.

sábado, 12 de julho de 2008

A compreensão do espírito

Hoje estou bastante cansada porque de manhã fiquei tres horas de pé acompanhando o trabalho do meus alunos de teatro na biblioteca municipal, mas também estou muito feliz porque as coisas saíram melhor do que esperava. Eu nunca pensei em fazer trabalhos de teor social, mas acho que o fato de estar ficando velha e menos vaidosa está fazendo com que comece a me importar mais com os outros, vendo-os não meramente como um público para meu trabalho, mas como pessoas a quem posso ajudar a crescer e se integrar à sociedade através deste trabalho. Já não é mais a fama ou o poder o que me chama, mas a vontade de fazer a diferença, de animar, de inspirar e de levar outros a se envolver e dedicar a esta mesma causa. Graças a Deus, tenho um grupo de jovens que não têm nenhum preconceito contra isto e estão entrando de cabeça nestes projetos sociais, com criatividade e total disponibilidade. Realmente, este é um campo que jamais pensei explorar com a minha arte, mas percebo que, talvez, seja o mais importante de todos: Teatro não para brilhar e ser aplaudido, mas para transformar e integrar.
Bom, como disse, estou cansada (as minhas pernas ainda queimam!) mas como prometi, hoje é dia de atualizar o blog, então, aqui vai a crônica de hoje.
"Não costumo me questionar, eu simplesmente vivo o que me é oferecido e agradeço por isso. Já se foi a época em que ficava gastando meu tempo em reflexões que acabavam me trazendo mais angústias do que respostas ou então me afastavam completamente da realidade. Acredito no sobrenatural, no divino, nos milagres -sobretudo nos pequenos, aqueles do dia-a-dia- na comunicação com o universo, nas suas leis, no nosso enorme poder criador, na nossa missão pessoal, na nossa participação peculiar na história da humanidade, na nossa força para mudar as coisas e as pessoas. Acredito no amor incondicional, nos seres extrarrestres (afinal, a gente não pode ser a única forma de vida no universo inteiro! Isso seria uma total falta de imaginação de Deus, não é mesmo?) na gratidão, na presença constante e real de Deus em nossas vidas, acredito em vozes e visões, em sonhos, em premonições, em telepatia, em santidade. Acredito em anjos e em forças negativas... Porém, apesar de crer em todas estas coisas às vezes tão subjetivas e cercadas de mistério, não sinto necessidade alguma de me questionar ou de mergulhar para chegar racionalmente mais fundo, mais perto, para entender com meu intelecto as razões e objetivos da existência destes conceitos físicos e espirituais. As suas manifestações ao meu redor não me atormentam, não me desconcertam ou revoltam. Simplesmente as observo, as desfruto, as agradeço e as deixo fluir. Não tenham dúvida; passo pelos momentos difíceis como qualquer um -meio reclamando, meio sem coragem- porém conservo sempre dentro de mim uma força, um otimismo que no fim sempre me leva de volta à paz, ao equilíbrio, à alegria e novamemnte à gratidão... Converso muito com Deus e com as suas criaturas (muita gente já me viú dizendo tchau para a minha sala quando vou embora, ou parabenizando una flor por se abrir e nos mostrar a sua beleza) porém, em momento algum me ocorre questioná-lo ou desafiá-lo; ralhar com Ele talvez, mas só isso. E devo dizer aqui que esta atitude não é movida por algum tipo de medo ou resignação, senão por uma espécie de confiança, de certeza, de entrega que não sei explicar. Seria fé, talvez?... Diante d'Ele e das suas manifestações sinto-me feito uma criança nos braços do pai (e não estopu parodiando santa Terezinha do Menino Jesus) às vezes um pouco desconcertada por causa da ignorância própria da sua idade e inexperiência, porém sempre confiante na sabedoria dele. Deus me deu esta característica especial -assim como a outros deu essa constante inquietação, esse espírito questionador e aventureiro, pesquisador, racional- e estou muito contente e grata por ela, pois faz com que O sinta mais facilmente perto de mim, agindo em meu dia-a-dia. Nâo existem grandes barreiras entre nós. Com o passar do tempo tornou-me uma criança que acredita e se encanta, que não teme manifestar-se (sendo até malcriadda!) nem receber seus dons, grandes e pequenos (estes últimos eu adoro) Atingir este estado de espírito levou muito tempo, talvez mais da metade da minha vida, e deu um tremendo trabalho. Passei poucas e boas neste processo de lapidação, mas hoje posso dizer com certeza que tudo valeu a pena. Não está acabado, é claro, mas já avancei um bom pedaço; não sei dizer se foi o mais difícil ou o mais fácil, não sei dizer o quanto falta ainda e como será daqui para frente, mas as conquistas que consegui nesta caminhada me dão o ânimo necessário para enfrentar o que virá mantendo-me sempre na mesma atitude de confiança e otimismo.
Eu não compreendo com meu intelecto, mas com meu espírito, disso tenho certeza. Isso é valido? Não sei, mas é desta maneira que o universo aparece e se move ao meu redor, é deste feitio que Deus se manifesa em minha existência. Ele penetra a minha mente, a ultrapassa e se revela finalmente ao meu espírito, que compreende com perfeita clareza -mesmo se às vezes pode demorar um pouquinho- de um jeito instintivo e direto, tão direto que não sobra espaço para questionamentos, a Sua presença, os acontecimentos, suas leis, seus pedidos, seus dons e presentes. Tudo isto com um conta-gotas -como se faz com uma criança para que não tenha uma indigestão- em pequenas doses que espalha ao meu redor e vai me mostrando a cada momento, mantendo-me assim atenta à Sua presença e ao Seu amor. É de uma delicadeza espantosa e comovente, incrivelmente criativa e surpreendente! É mesmo um pai, uma mãe, um irmão... Alguém poderia não se render a tantos cuidados e mimos?... Pois eu não resisto. Ele achou mesmo um jeitinho caprichado para me conquistar."

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Sinais

Bom, e como prometi, aí está a minha foto, para que se familiarizem com meu rosto. Ainda bem que meu filho chegou de bom humor -apesar da sua dor de estômago- e topou colocá-la, senão a coisa ia ficar misteriosa demais.
Como já disse, este é um blog que pretendo usar para publicar as minhas crônicas, já que tenho um material enorme -vindo dos meus diários pessoais- e nem todas os que envio à Folha de Londrina são publicadas. Como não quero que se percam e estou convencida de que podem fazer alguma diferença para quem as ler, criei coragem e aqui estou, oferecendo-as a vocês. Espero que gostem e que lhes sirvam de inspiração ou reflexão.
Pretendo atualizar o blog todo sábado, mas se estiver muito inspirada, o atualizo com mais freqüência, ok?
Então, aqui vai a primeira crônica.
"Sinais.
O ser humano precisa de sinais, de símbolos, rituais, de respostas para viver em paz e harmonia, para se sentir seguro e em comunicação com o sobrenatural, o divino que impregna a sua existência, pois somente assim ele consegue percebê-lo e vivenciá-lo concretamente... Um pássaro que atravessa o céu, as nuvens que se abrem e deixam o sol aparecer, um encontro, uma palavra, uma música, uma ligação, um cheiro, um texto ou uma foto numa revista, aquela pessoa que chega inesperadamente, ou aquela outra com quem trombamos ao virar a esquina... Tudo parece estar aqui para guiar-nos, para dar-nos as respostas que irão guiar nossos passos, abrir nossos caminhos, encher nosso coração de certezas que nos farão agir de uma determinada maneira diante das mais diversas circunstâncias, boas ou ruins. Há um quê de magia ao nosso redor, não sei se porque nós a procuramos -pois precisamos dela- ou porque ela verdadeiramemnte cxiste. É a nossa necessidade que a cria, ou esta magia nos acompanha silenciosa e fielmente desde o início dos tempos? Não sei ao certo, mas tenho certeza de que ela está em tudo que nos rodeia e age sempre ao nosso favor. Será aquela famosa conspiração universal da qual tanto fala Paulo Coelho? Somos mesmo capazes de atrair e manipular as forças cósmicas pelo poder da nossa fé, pelo poder da nossa divindade interior, ou é um dom próprio da nossa humanidade?... Tudo fala, tudo respira e se agita, impaciente, aguardando o nosso comando. Tudo emite sinais, pistas, respostas. Cada coisa possui seu ritual, a sua dinâmica, seu jeito todo peculiar de comunicar-se e acredito que nós possuímos a capacidade de entrar en contato com este universo no qual nos movemos quase que inconscientemente. Não somos feitos da mesma matéria, formados pelos mesmos elementos? Então não haveria uma possibilidade de podermos "falar" com estes outros "iguais", de nos fazer entender e compreender as suas respostas?... É verdade que é necessário um certo estado especial de consciência para conseguir isto, mas não é algo que não possamos obter se nos dedicarmos com fé e perseverança. Podemos falar com tudo, podemos entender os sinais, as mensagens, as respostas porque SOMOS parte íntima e ativa deste tudo, mesmo se às vezes pode nos parecer distante e estranho. Há que se integrar, há que interagir, adquirir um novo ritmo, uma nova voz, um novo olhar, um novo ouvido. Todos estamos aqui: homens, plantas, animais, rios, montanhas, vento, casas, ruas, objetos, o tempo, o espaço... Somos todos uma coisa só, e uma coisa só com o divino, que é o elo infinito e imortal que nos transforma neste único ser."

terça-feira, 8 de julho de 2008

Olá!...

Bom, finalmente consegui abrir este blog, após uma manhã inteira na frente do computador... É que eu já estou ficando meio jurássica para estes aparelhos modernos e cheios de botões que você aperta e nem tem tempo de se arrepender do que fez, de tão rápidos que são... Bom, hoje vou só me apresentar, já que, como tenho que ir trabalhar daqui a pouco e gastei quase a manhã toda editando meu perfil (quanta pergunta, meu deus! E ainda tenho que pedir para meu filho colocar uma foto no blog, para que me conheçam) não vai dar tempo de postar algo mais interessante afora a minha luta para abrir o blog. Já faz um bom tempo que estava com esta idéia, porque como não passa um dia sem que escreva alguma coisa - para mim, escrever é algo parecido com ir à academia- então comecei a enviar estes textos para alguns jornais e revistas e tive a sorte de que na Folha de Londrina gostaram do meu trabalho e começaram a publicá-los uma vez por mês, mais ou menos. O problema é que eu fiquei tão feliz que comecei a enviar uma crônica por semana, de modo que, como eles publicam uma só por mês, acabava perdendo as outras três. E como não quero que isso aconteça porque, modestamente, acho que vale a pena vocês lerem, decidi abrir o blog para publicar todas elas... Só espero ter leitores!... Bom, isso vai depender de vocês, pois se gostarem do que vêem, passem meu endereço para outros. Vou ficar muito grata se o fizerem e vou gostar de ler seus comentários ao respeito.
Bom, por enquanto é só. Prometo que até amanhã terão uma foto minha, isso se meu filho não chegar estressado demais do trabalho, o coitado. Mas eu vou ficar no pé dele, afinal, não pretendo ser nenhuma escritora misteriosa. ao contrário, gosto de mostrar a minha cara.
Abraços e até a próxima.